Gestão Legal - Gestão Legal no Brasil

Há registro de três grandes ondas na história da Gestão Legal no Brasil.

Primeira onda – Década de 70

As bancas brasileiras que tinham contato com as estrangeiras, especialmente inglesas e americanas, passaram a implementar em seu dia a dia as práticas de Gestão Legal, notadamente as grandes bancas como Pinheiro Neto e Demarest Almeida, Tozzini Freire. Essas bancas estavam antenadas com o que acontecia lá fora e seu movimento de profissionalização coincide com a fundação da ALA (Association of Legal Administration).

Segunda onda – Década de 90

Alguns escritórios de médio porte à época – com enfoque em direito empresarial – começam a crescer em porte aproveitando a abertura da economia e o boom de privatizações, e partem para investir nos 4 pilares da gestão moderna – Pessoas, Marketing Jurídico, Produção Jurídica e Finanças. Nasce no Brasil a compreensão da importância de saber gerir o escritório como se fosse uma organização.

A Advocacia é uma atividade sui generis, com particularidades que a diferem de outras profissões, em especial o poder de mudar o tecido social, a forma como as decisões são tomadas e correntes jurídicas vigentes. Os grandes contratos de volume – onde uma banca assume milhares de ações de um mesmo cliente – obrigam os escritórios contratados a ter parceiros em todo o país. Este fato também levou que estes parceiros passassem a adotar modelos de gestão para acompanhar a linguagem e forma de atuar dos demais. Esse é um dos fatores do nascimento de grandes bancas regionais preocupadas com a sua gestão. Fato que, diga-se de passagem, espalhou a necessidade de gestão pelo país.

Porém a evolução destes conceitos demorou a se sedimentar no Brasil e enfrentavam inúmeros preconceitos. A advocacia, pensavam, não é lugar para gestão, discussão de financeiro, muito menos de marketing jurídico. Era tudo improvisado, com os sócios exercendo a gestão da banca por tentativa e erro, sem base técnica. Isto não só travou o crescimento de muitos escritórios e diversos acabaram desaparecendo.

Terceira Onda – Anos 2000

A gestão legal começa a se desenvolver com mais força. Sócios, advogados, gestores de departamentos jurídicos, magistrados, procuradores dentre outros profissionais da área, já entendem a importância de se implementar a base da gestão legal moderna. Profissionais de outras áreas como administração começam a conquistar espaço à frente da área administrativo-financeira da banca, liberando os sócios para fazer o que sabem e o que trás a estabilidade para a banca: advogar e relacionar-se com os clientes.

O perfil de profissional da área jurídica vem evoluindo onda a onda. Hoje, a necessidade de um profissional mais completo, que traga na bagagem conhecimentos técnico-jurídicos, habilidades de gestão (especialmente de pessoas) e visão estratégica de mercado se faz cada vez mais presente.

Quarta Onda - Década 2020

O mercado jurídico atinge 1,2 milhões de advogados e a gestão não é mais questionada e sim, admitida como primordial para a competitividade. Temas como inteligência artificial, advocacia 4.0, hardskills e softskills apropriados para sócios, visão de futuro e mudanças nas rotinas dos advogados são recorrentes em eventos do setor. Já se vislumbra num futuro próximo a chamada advocacia disruptiva.

 

Instituto Internacional de Gestão Legal
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